




















01 . May . 2020
IRONMAN anuncia expectativa de retomada de eventos para setembro

Nesta quinta-feira, 30 de abril, o CEO do IRONMAN, Andrew Messick, concedeu uma coletiva de imprensa online para falar sobre os planos de retomada global dos eventos da franquia.
De acordo com Messick, mais de 100 eventos da bandeira foram cancelados ou adiados para o último quadrimestre de 2020 ou início de 2021. A expectativa é que as competições sejam retomadas a partir do mês de setembro de 2020, estando sujeitas às normas e regulamentações regionais para eventos com aglomeração de pessoas.
Ainda na abertura da coletiva, o CEO do IRONMAN reforçou que os novos desafios dos organizadores incluem equilibrar a experiência de participar de um evento IRONMAN com as boas práticas de distanciamento social, com o objetivo de mitigar riscos para atletas, staff e comunidade do IRONMAN. Nesse sentido, as ações da marca serão pautadas em cinco princípios:
- TREINAMENTO da comunidade IRONMAN sobre boas práticas de higiene e distanciamento social nos eventos;
- MÍNIMOS PONTOS DE CONTATO pessoa-pessoa, desde a retirada dos kits até o apoio durante a realização da prova;
- REDUÇÃO DA DENSIDADE POPULACIONAL, incluindo o espaçamento das largadas, diminuição dos fluxos nas transições, redução de aglomeração de público e agilidade na dispersão após a chegada;
- MONITORAMENTO dos sintomas e condições dos participantes dos eventos;
- CÓDIGO DE CONDUTA DOS ATLETAS, que poderão escolher se querem participar de eventos pré e pós-competição, ter contato com voluntários, etc
Neste sentido, o IRONMAN buscará uma aproximação com o conceito das provas de ultramaratona, em que os atletas são incentivados a serem autossuficientes, dentro do possível. As estratégias, ainda em análise, podem incluir a redução do número de postos de hidratação e a existência de postos em que não ocorra o contato direto entre atletas e voluntários, bem como estações adicionais de Special Needs, às quais só os atletas tem acesso.
Com relação aos Campeonatos Mundiais de IRONMAN e IRONMAN 70.3, originalmente marcados para outubro e novembro, Messick informou que possivelmente serão transferidos para o início de 2021. Essa alteração levaria em conta uma série de fatores, entre eles:
- o fato de que nem o Havaí, nem a Nova Zelândia, atualmente, estão permitindo a entrada de turistas nas respectivas ilhas;
- apenas 1.000, das 2.500 vagas de Kona, e 3.000, das 6.000 vagas de Taupo, foram distribuídas até o momento;
- a maioria dos Campeonatos Continentais, que distribuem um maior número de vagas, foi remarcada para o período após a janela de qualificação que seria aceitável para as datas originalmente programadas; e
- diversos países ainda mantém rígidas políticas em relação às viagens internacionais, inviabilizando o deslocamento e a participação de muitos atletas.
Segundo o executivo, a expectativa da marca é que a participação nos eventos ao longo dos próximos 12 meses seja regional, especialmente na Oceania.
EVENTOS IRONMAN NO BRASIL

Questionado pela Flows sobre o calendário brasileiro, que inclui vários eventos entre os meses de julho e agosto, Andrew Messick disse que tem trabalhado muito proximamente a Carlos Galvão, CEO da Unlimited Sports e Diretor das provas da bandeira no país.
Messick ressaltou que, aos olhos do IRONMAN, a situação brasileira é mais complexa do que a da maioria dos países do Hemisfério Norte, que já tem a pandemia em estágio avançado de controle. Especificamente, fez referência à grande subnotificação de casos, em virtude do baixo número de testes realizados, e ao início tardio das medidas restritivas de distanciamento social.
No entanto, diferentemente do que está acontecendo com as provas nos Estados Unidos – que não são remarcadas mais de uma vez –, as provas de Florianópolis têm garantia de datas disponíveis para readequação no calendário do segundo semestre de 2020, caso necessário.
IRONMAN VR

Um dos pontos positivos apontados na coletiva de imprensa foi a grande aceitação da comunidade IRONMAN em relação à série IRONMAN VR – eventos virtuais que a bandeira passou a oferecer no último mês de março. O formato de duathlon, com duas corridas intercaladas pelo ciclismo, inclusive, está sendo avaliado para aplicação nas primeiras provas IRL (in real life, ou na vida real) do IRONMAN no segundo semestre.
A mudança seria justificada pela falta de acesso da maior parte dos atletas a piscinas e condições de treinamento de natação, neste período de distanciamento social. De qualquer forma, os organizadores e comunidade locais serão consultados sobre qualquer alteração neste sentido, visando garantir a segurança dos atletas e a qualidade da experiência no evento.
Questionado sobre a confiabilidade dos dados e sobre a padronização de regras para tornar a competição justa também no ambiente virtual, Messick contou o caso de um atleta escandinavo que, no IRONMAN VR2, pediu que o levassem de carro até o topo de um fjorde, de forma a realizar os 40km do ciclismo com 2.700m de perda de altimetria – o que, claramente, não era contra as regras vigentes do sistema.
Para evitar casos como este e outras formas de fraude, o IRONMAN está estabelecendo um conjunto de regras e procedimentos, “atualmente 80 a 85% finalizado,” para que os resultados da participação dos atletas sejam validados. Entre as regras a serem colocadas em prática, destacam-se:
- as modalidades deverão ser realizadas na ordem correta: corrida curta, ciclismo e corrida mais longa, respectivamente;
- os atletas terão um período de 12 horas para realizar as três atividades, computadas a partir do início da primeira atividade e dentro da janela de tempo global;
- o sistema reconhecerá as atividades pelo horário de início e horário de término (elapsed time), de forma que, ao parar o cronômetro durante um intervalo, o tempo continue sendo computado;
- as corridas deverão obrigatoriamente ser realizadas outdoor, com perda de altimetria máxima conforme padrões do atletismo, não sendo computáveis corridas em esteiras de qualquer tipo;
- o ciclismo deverá ser obrigatoriamente realizando indoor, em rolo inteligente (smart trainer), na plataforma Rouvy e no percurso estipulado para o evento.
Desta forma, o IRONMAN espera nivelar o padrão de dificuldade das modalidades, especialmente o ciclismo, bem como a qualidade dos resultados.
Ainda, tendo como referência programas de eCycling como o ZwiftPower, o IRONMAN está estruturando um “passaporte biológico virtual” dos atletas, que compare seu histórico de eventos e a consistência entre resultados de ciclismo e corrida. Esse “passaporte” será fundamental para melhorar a credibilidade dos resultados e permitir que, em breve, o IRONMAN VR possa classificar atletas para o Campeonato Mundial de IRONMAN 70.3. Segundo Messick, “os atletas de hoje estão preparados para aceitar o resultado de alguém que insira o seu peso ideal de competição; o que eles não devem aceitar é um resultado como o do atleta da Escandinávia. É para isso que estamos trabalhando”.